Remédio ou Psicoterapia?
Angela Carero

Angela Carero

Psicóloga - CRP 06/34037-4
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Remédio ou Psicoterapia?

Quando uma pessoa está com algum sintoma emocional (como: insônia, ansiedade, depressão, compulsão, dificuldade de concentração, labilidade de humor etc.) logo pensa que precisa de um médico. Muito comum alguém indicar um psiquiatra ou nem isto, um médico conhecido para que lhe medique.

Por que isto? Por que não se questiona uma ida a um psicoterapeuta ao invés de um médico?

Simples: o psicoterapeuta não pode medicar, ou seja , eliminar sintomas de imediato e é caro, quase que inacessível à maioria da população. Ou pior: “psicólogo é coisa para loucos!”

Há muita falta de esclarecimento para a população, por isto a busca de um médico clínico e ou especialista é muito maior que a busca por psicólogos.

Existe ainda um agravante que são os “convênios médicos”, que acabam indicando este ou aquele médico, que com certeza irá medicar os sintomas, ou seja, dar uma solução paliativa para os problemas, mas não irá com certeza curar o paciente. Existe ainda outro agravante: pouco se credencia (nos convênios médicos) psicólogos para fazer psicoterapia, daí o nome “convênio médico”.

Resultado: muita gente sendo medicada com ansiolíticos, antidepressivos e por aí vai, sem um resultado eficaz. Não resolve o problema e cria-se outro: a dependência medicamentosa, o que é muito pior. Porque além da dependência do remédio cria-se também a dependência do médico, consequentemente do convênio. Ao meu ver pior ainda é quando o médico é psicanalista e receita psicotrópicos.

Num encontro com seu paciente o médico-psicanalista não poderá ajudar efetivamente o paciente, mas, medicar sim. Se o paciente “gostou” do médico, pode até pagar por sessões de psicanálise à parte, pois o convênio não paga todas as consultas psicanalíticas. Então o paciente que não tem disponibilidade financeira, fica restrito apenas à medicação.

Existem medicações imprescindíveis, para serem utilizadas num curto período de tempo, para que o paciente supere a crise e até mesmo compreender seu processo analítico. Como por exemplo: dormir melhor, diminuir a ansiedade e a depressão, poder comer e pensar com mais clareza em seu processo.

Mas nunca medicar e só. Deve-se sempre ser acompanhado por um psicoterapeuta, pelo menos uma vez por semana, para que possa resolver o problema efetivamente. Uma coisa é fazer psicoterapia, onde o paciente irá entrar em contato com o que realmente lhe está fazendo mal e poder decidir ou re-decidir o que fazer e desta forma livrar-se do sofrimento. Outra coisa é ficar com o sofrimento latente e drogado para que possa suportar sua dor.

Não acredito que isto deva continuar assim, sendo um grande problema na saúde em geral. Com boa vontade, os donos dos convênios poderiam contratar mais psicólogos que trabalhem com psicoterapia de grupo, que ao meu ver é muito eficaz; e fazer um saneamento na saúde como um todo, sem prejuízo para os convênios e para os conveniados.

Mas não basta os “donos de convênios” terem boa vontade, é necessário que os conveniados sejam esclarecidos, aceitem e busquem ajuda de um psicólogo e que, de preferência, tenha experiência e tenha o real interesse em psicologia (os que mais estudam e tem títulos).

Então, para problemas emocionais, medicação só em último caso, desde que acompanhado por um psicoterapeuta. Fique atento! E quando seu médico lhe receitar “algo para dormir melhor”, lhe questione se não seria o caso de ser encaminhado para um psicólogo credenciado.

Hoje, todo mundo fala em qualidade de vida, pois saiba que a qualidade de vida começa de dentro para fora. Uma pessoa bem equilibrada emocionalmente, com certeza irá melhorar inclusive seu meio externo, da mesma forma que uma desequilibrada, pode tirar toda uma família de seu centro.

Muito já se faz em empresas, que investem em saúde emocional de seus funcionários, com psicoterapia de grupo, além dos belíssimos serviços prestados por seus Assistentes Sociais.

Psicoterapia de grupo é mais barato, mais eficaz e ajuda a criar vínculos saudáveis.