Doença – Necessidade da alma
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Angela Carero

Psicóloga - CRP 06/34037-4
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Doença – Necessidade da alma

Um sinal à consciência

A doença e a morte destroem a mania de grandeza dos homens e corrigem sua unilateralidade, o destitui do poder e lhe entrega à sociedade em que vive: mais honesto!

Viver de forma saudável, fazer check-up, tomar vitaminas, fazer exercícios com regularidade, estudar e trabalhar no que gosta. Exercitar sua fé da sua forma, na sua igreja, procurar viver em paz com todos. Porém tudo isso, não irá impedir que o homem fique doente.

A doença é inerente ao homem, ela serve como um dosador de honestidade e discernimento entre o bem e o mal. Serve como uma luz, que penetra na sombra e revela sua fraqueza. A doença faz parte da saúde, assim como a morte faz parte da vida.

A ilusão de poder e controle sobre a própria vida e a dos outros, se quebra em mil pedacinhos assim que a primeira dor de cabeça imobiliza o indivíduo e o faz ranger os dentes; assim como, em seus relacionamentos inter-pessoais, alguém que tem muita confiança lhe trai. Porém com a desilusão vem a verdade e a liberdade, pois os sentimentos que agora florescem e aparecem põe em evidência a desarmonia estabelecida. Esta desarmonia é o sintoma, o sinal.

Quando o sintoma se manifesta no corpo de um ser humano, isto logo chama a atenção e interrompe muitas vezes a continuidade do caminho da vida até então vigente. Começa então a perturbação, mas o ser humano não quer ser perturbado, e assim começa a luta contra o sintoma. Todo sintoma tem seu significado e quando não elaborado, irá insistir até que o todo: mente, corpo e alma, entre em sintonia, harmonia novamente.

A doença (física) é um caminho para a libertação dos conflitos psíquicos, sociais e uma oportunidade para a ligação com Deus. Ela não acontece ao acaso, do nada, ela surge em decorrência do que está errado ou faltando ao seu humano.

Se não há reflexão do por que ela está se manifestando, os sintomas não desaparecem ou aparecem de outra forma, ou outra doença. O que pode acontecer de pior, é a evolução da doença, uma gripe por exemplo pode se transformar numa pneumonia, uma gastrite em câncer, ou uma raiva reprimida em doenças terminadas em ite: renite, sinusite… artrite.

Vou dar um exemplo:

Uma pessoa com artrite, que tem muita raiva contida (muitas vezes nem tem consciência desta raiva/ressentimento), sem saber como expressá-la, ou acreditando que não é possível expressá-la. Desta forma volta esta raiva contra si mesmo, desenvolvendo esta doença auto-imune que lhe causa muita dor e desconforto, impedindo movimentos, até mesmo os mais suaves. Era então, uma pessoa dinâmica e ativa, até que alguma coisa aconteceu ou ainda está acontecendo, que lhe trava aos poucos as articulações com dores. Passa então a procurar médicos, tomar remédios, fazer fisioterapia, terapias alternativas, etc. Mas nada “cura”.

Diagnóstico médico: inflamação nas articulações, acúmulo de toxinas. Mas não podemos ver só a parte física, temos que ver o todo!

 

Ou evolui o ser humano ou evolui a doença!

É claro! A doença não foi decifrada e o mal fundamental não foi elaborado psicologicamente. Esta pessoa está na unilateralidade (cura física) buscando a “cura”. Não encontrará! Necessário se faz buscar o caminho do meio (tao), buscar as causas, não tratar os efeitos ou sintomas. A doença é um caminho para reequilibrar a pessoa, mostrar um novo caminho, novas soluções para suas angústias e desapontamentos.

A doença é uma grande oportunidade de crescimento emocional e espiritual, manifestada no corpo, através de seu simbolismo e sua realidade tangível.

A psicossomática trabalha com estes conceitos, bio(físico)psico(alma)social(inter-relacionamentos) como um todo. Não descarto desta forma, a busca para a ajuda da “cura” junto aos colegas médicos e terapeutas alternativos, muito pelo contrário, trabalho junto com eles. O ideal sempre é o trabalho em conjunto, mas nunca esquecer do todo.

O que nunca podemos esquecer é nossa alma habita nosso corpo. Um corpo que deve ser saudável, e que deve possuir uma mente equilibrada, afinal, nascemos para ser felizes!